segunda-feira, 20 de abril de 2009

"olhando aqui, agora, meus álbuns, a minha história contada por fotografias, me deu um estalo e eu nem sei se devia dizer. engraçado no meio de tantas imagens minhas, da minha família, dos meus amigos mais chegados, ter tanta foto tua. tanta, tanta, mas tanta que parece que talvez tua vida esteja mais atrelada a minha do que eu ouso pensar. será que minha biografia não é protagonizada só por mim? não é insegurança, não é egoísmo, não é tentativa de parecer indiferente e fria. não. é curiosidade, mesmo. porque sinceramente não sei cortar as partes onde você aparece, não sei simplesmente desfocar a tua presença sempre tão cúmplice, do meu lado em cada momento, sorrindo de um jeito sereno como quem tem certeza de coisas que ninguém mais sabe. um sorriso tão calmo que chega a ser segredoso. fico me perguntando se tivéssemos gerado um filho, sei lá. seria ruim, assim tão jovens, mas talvez assim eu pudesse justificar essa tua presença nas histórias que eu conto, nas minhas lembranças... não é que eu te ame do mesmo jeito, não é isso. nem o exato contrário. a questão é que o amor nesse momento é o que menos importa, é acessório. o que eu queria entender é o porquê de às vezes parecer que somos o destino um do outro, e que esse hiato é só pra que possamos nos tornar perfeitos e merecedores um do outro. ou mais imperfeitos, e por isso mesmo mais tolerantes um com o outro. eu não sei."

daí isabelle dobrou a folha da carta e suspirou, com um pesar de quem não consegue chegar a conclusão alguma. procurou um envelope e não achou. merda, se igor ainda estivesse ali, sempre perto, ela teria a quem perguntar onde estavam. e ele saberia a resposta. porque ele, irritantemente, sempre sabia alguma coisa sobre tudo.

Um comentário:

Anônimo disse...

nossa, que bonito isso!
to seguindo aqui agora =)
beijos